COVID 19 - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES
Boa noite a todos,
Já escrevi sobre as empresas e gostava agora de acrescentar algumas considerações pessoais sobre o tema.
Antes de mais gostava de manifestar o meu contentamento com os números apresentados, à data de hoje (dia em que escrevo a publicação) contamos com 3544 casos confirmados, numero bastante a baixo do que aquele que eu esperava. No entanto, é importante referir que o numero de testes diários que estão a ser realizados estão longe de poder refletir uma realidade diferente, ou seja, na minha opinião temos um numero de infetados 7 ou 8 vezes superior ao indicado, só não chegamos lá, porque ainda não testamos.
Se olharmos para o relatório do dia de hoje (consultar aqui) verificamos que se confirmam 3544 casos e que se aguardam 1995 resultados... Portanto é expectável que o numero de confirmados amanha não ultrapasse os 4500 casos. E se testássemos 10.000 pessoas por dia? Ou 30.000?? A resposta a trará o tempo...
Estando atento aos relatórios e à informação prestada pelas entidades competentes, fico com a sensação que tudo farão para ficar bem na fotografia, e isso deixa-me preocupado. Um dos factos mais alarmantes foi o facto de terem ocultado o primeiro óbito, o óbito do Sr. Mário Veríssimo, amigo de Jorge Jesus, que por lapso revela numa conferência de imprensa a morte do amigo (veja aqui). Apesar de achar que não é tema, porque o mais importante nesta crise e evitar que morram mais, e que morram muitos, do que propriamente discutir quem e quando alguém morre, esperava um pouco mais de seriedade, nunca se podia ter omitido uma morte numa situação como esta. O paciente morreu na 6a feira ou no sábado e só foi confirmado o motivo de falecimento na 2a feira, não é grave, grave é a falta de esclarecimentos.
Outra informação que penso ser importante, e que passa ao lado dos mais distraídos. O nosso Serviço Nacional de Saúde pós ao serviço dos cibernautas uma plataforma que permite avaliar os sintomas, pelo que aproveito para apelar a todos os que lerem esta publicação, antes de ligarem para a linha de apoio SNS24 façam a avaliação no seguinte link: https://www.sns24.gov.pt/avaliar-sintomas/
Achei uma bela iniciativa! Estão de parabéns!
Depois gostaria de frisar também que, na minha modesta opinião, toda esta situação se torna caótica em toda a Europa devido a um tema delicado: a saúde. Nos anos 70-80 os sistemas de saúde na globalidade viviam o seu apogeu, e Portugal era exemplo mundial disso. Tanto cá como lá fora o investimento na saúde era uma grande prioridade e acompanhado por um grande desenvolvimento tecnológico o sector evoluiu bastante. Portugal sempre foi líder, temos em todos os sectores os melhores profissionais do mundo, e na área da saúde nunca fomos, nem somos exceção. Tenho a confiança de que temos em Portugal os melhores médicos do Mundo, mas infelizmente nos últimos 15-20 anos existiu um grande "desinvestimento" na saúde publica, e isso reflete-se no trabalho deles.
É para mim inconcebível, num pais como o nosso, não termos equipamentos de proteção disponíveis para os médios e enfermeiros. É inconcebível para mim o SNS não ter capacidade financeira para comprar medicamentos. É inconcebível tendo em conta a carga fiscal que os cidadãos são sujeitos. É altura do "payback", os cidadãos querem e precisam de garantias, de se sentirem seguros.
Esse desinvestimento revê-se no numero de camas / 100.000 habitantes que poderão consultar aqui.
Reconheço todos os esforços do SNS e agradeço, mas gostava de sugerir aqui a criação de uma linha telefónica ou online para apoio psicológico à globalidade dos portugueses durante este período conturbado. Podia ser uma linha criada em estilo "crowd-founding", no sentido em que pediriam aos psicólogos/psiquiatras para se voluntariarem a ajudar as pessoas. Penso que era importante e gratificante tanto para os profissionais de saúde como para os portugueses.
Os bancos adiaram e bem as prestações do crédito habitação, mas leva-me a perguntar, e então os arrendatários? Aqueles que pagam renda não vão ter direito a nenhum mecanismo de proteção? Parece-me injusto!
As autarquias não deviam estar a oferecer agua e luz! Ou é grátis para todos ou não é grátis para ninguém! Estamos todos no mesmo barco?! Não me parece...
O que pretendia nesta fase era mais um bocadinho de igualdade social. De solidariedade. De responsabilidade das entidades competentes. Mas já me apercebi que estou a pedir de mais, como disse o chef Ljubomir Stanisic "não há colhões" para resolver a questão.
Por fim gostaria de apelar mais uma vez para manterem as regras de higiene pois todo o cuidado é pouco!
Um bem haja a todos!